Comentário - FOLHA DE S. PAULO - 02-6-11

                                                              USTRA

Oportuno o comentário de Fernando de Barros e Silva sobre o texto do coronel Ustra e as infelizes palavras de Lobão (Opinião, ontem). Creio que o músico, pelo seu espírito crítico, jamais deveria ter dito que "a gente tinha que repensar a ditadura militar."
Será que não tinha olhos e ouvidos durante a ditadura ou endoideceu? Estive preso na época e perdi meu emprego de professor. Mas a vida, a partir de 1992, continuou em plena liberdade.
João Batista Chamadoira - Bauru  - SP

Texto autoapresentação

AUTOAPRESENTAÇÃO
Marcos Rey
Eu nunca fui criança. Quanto tinha uns 20 meses ouvi meu pai dizer que os tempos eram bicudos, e isso estragou tudo. Mas me lembro do quintal noturno em que, sentados em degraus de cimento, o velho me contava hisórias das Mil e uma noites. Era uma rua pobre com fundos para uma rua rica,.Imaginem, atrás de minha casa morava uma baronesa. Nas noites de calor, um perfume saltava o muro plebeu do encadernador de livros, que meu pai era. Devia ser jasimim-do-cabo, tão bom de ser respirado,que eu o aguardava e procurava pelo quintal, durante todo o verão. Para mi, que já sabia das diferenças sociais, não era apenas uma fregrância vegetal mas o cheiro das coisas e do mundo da baronesa seprado de nós por um muro muito alto.
Acho que esse muro, separando duas casas e dois universos, ligados apenas por um ocasional perfume de jasmim, materializou cedo demais a realidade. Não obstane, porém, a imaginação. Fiz um esforço, teria de fazê-lo. Certa manhã, coloquei uma cadeira sobre uma mesa e encaixando o pé numa saliência do muro, arranhando as mãos, espiei - eu consegui - durante um instante a casa (já castelo) da baronesa. Meio século depois a cena ou fotograma não se deteriorou. O quase não visto era um gramado batidíssimo de sol, sobre o qual uma menina loira, poucos anos, corria atrás dum cachorrinho branco sob a vigilância duma governanta, que gritava algum nome terminado em i, não soube se da garota ou do cão.
Depois... depois, nada. Nem sei ou lembro popor causa do perfume que contei, Fanny, essa lembrança de baú. Talvez por causa do perfume de jasmim-do-cabo e o gramado da baronesa, o que vi e aspirei da infância, o que restou dela, pois em tempos bicudos, as crianças já nascem velhas. É o que deve estar acontecendo agora, principalmente no Brasil.
Quando escrevo meus infantis é o que me pergunto: se escrevo para o menino sobre o muto, o espião da manhã ensolarada, ou se para a menina loira do cenário da baronesa. A que lado do muro estou como escritor e oa que lado estão os outros que escrevem?
Mas isso é uma autoapresentação? Acho que não. Apresento-me, pois. Sou um escritor que gosta de cachorros de raça, foxes-blues e cereja de Martinis. Não tenho filhos porque quem escreve para crianças precisa de silêncio em casa. Para escrever, sento e escrevo. Às vezes, porém, fico de pé e escrevo. Sou machista romântico. Meu maior sonho era ter um harém, cercado de eunucos, todos do PDS 9hoje PP, DEM). Mentira que escrevo tamb´me para adultos. Memórias de um gigolô e O enterro da cafetina escrevi para crianças do futuro. Mas não faço a cabeça delas.; vendo-lhe emoções.
Currículo? Fui redator de rádio, publicitário (reclamista), jornalista, famoso roteirista de pornochanchadas (33), escrevi de tudo na TV, fui inclusive ghost-writer de telenovelistas consagrados, e no merchandising vivo de marca de lençol. E sou aposentado por tempo de serviço. Mas a máquina e a mesa (o quarto todo, a casa toda) só vibram quando deixo de escrever para muitos para escrever para poucos: livros.
Mais? Ah, detesto coalhada.
REY, Marcos. In O mito da infância feliz, organizado por ABRAMOVITCH, Fanny, São Paulo, Summus, 1993, apud CHAMADOIRA, João Batista e RAMADAN, Maria Ivoneti B.Língua Portuguesa:pensandoe escrevendo, Atlas, 1994. pp.11-12.

Texto de autopresentação

AS NEGATIVAS
(Obra? Autor)
Este último capitulo é dce negativas. Não alcancei a celebridadedo emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdae é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o susor do meu rosto. Mas: não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas ums coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e consequentemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porqueao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.

Texto para autoapresentação

AUTOAPRESENTAÇÃO
Fanny Abramovich
Sou Fanny, de sobrenome Abramovich, mulger ruiva, baixinha e charmosa... Educadora por vocação, de profissão e por acreditar piamente, que no fazer pedagógico e onde se atua política e afetivamente... apaixonadamente, vou palestrando, prefaciando, dando aulas pelo país todo, joranlistando, organizando coleçõesde livros para crianças e adultos, assessorando, escrevendo... Nunca ou noutra atividade, busco é cutucar, inquitar, espantar, por tudo de ponta-caeça, fazer duvidar e se acreditar como gente... Enfim, substituit o ponto finalpelo ponto de interrogação e pelas reticências. ..
Sou trabalhadeira (até compulsivamente), com uma energia e um pique inesgotáveis... Inventadeira, por excelência. Busco o desconhecido para mim e me canso com os pedidos de ficar dando bis em cima do mesmo e antigo repertório... De uma coragem irritante (pros outros) e irritadiça, impaciente, cobrante (com os outros)...
Dei, ultimamente, de organizar o meu curriculum de nãos (acho ótimo recusar bobagens, coisas que não acrescentam, que não fazem crescer, que não me trazem uma pergunta nova, uma emoção palpitante, gente que continua lamuriando a mesma cantilena há décadas, com indecisõesse arrastando e convardias se acumulando...)
Não curto mesmo é o padrão classe média de encarar e ser na vcida, essa procura de uma segurança tacanha... Basicamente, sou uma pessoa independente, o que é terrivelmente ameaçador pra todo mundo (o que sempre me deixa atônita e me aturde...) Cidadã em trânsito e free-lancer em todos os aspectos da vida.

Texto para auto-apresentação

RETRATO
Cecília Meireles
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim, calmo, assim triste, assim magro
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas,
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil
Em que espelho ficou perdida a minha face?

RELEASE

Conceito: Preparação que o assessor de imprensa faz para que o jornalista queira cobrir o evento. Ler Rabaça e Barbosa: Dicionário de Comunicação

-Assessor não precisa ser jornalista
-mais resumido possível
-exemplo: evento - o assessor deve explicitar
quem?
quando?
quê?
onde?
como participar?
por quê?

- guia no rodapé da página como referêwncia ao jornalista
-nome do evento
-data
-horário e local do evento
-final: nome, telefone, e-mail do contato para esclarecimento de dúvidas.

Exemplo de release

O CONSEG Jardins e Paulista realiza entre os dias 21 e 24 de setembro o III Encontro de Segurança em Portaria de Edifícios Residenciais. O objetivo é passar dicas (sic) de segurança a zeladores e porteiros. O evento também tgerá uma palestra especial sobre Segurança Eletrônica.
O Encontro será realizado no Colégio Assunção, na rua Pamplona, 1616. O número de vagas é limitado a 60 pessoas. Estão programaas palestras do Capitão da PM, Adrian`Pazzeli e de Elisabete Ferreira Sato, Delegada Titular do 78º Distrito Policial (Jardins).


Evento: III En contro de Segurança em Portaria de Edifícios Residenciais

Data: 21 a 24 de setembro
Horário: 19h30
Local: Colégio Assun~ção, rua Pamplona, 1616
Mais informações: Maria Thereza Cabral, presidente do CONSEG Jardins e Paulista.
Coodenadoria Estadual dos CONSEGS.
Renan Prates - (11)3291-6588

RELEASE GREVE

O ESTADO DE SÃO PAULO - A/C EDITORIA GERAL
JORNAL DA TARDE - A/C EDITORIA GERAL
AG. ESTADO - SAMUEL DIRCEU
RÁDIO ELDORADO AM/FM -CLEONTE PREIRA DE OLIVEIRA

Retransmitimos abaixo nota oficial da BRASTEMP sobre o movimento de paralização (sic)
parcial em S. Bernardo do Campo:

Informação à´imprensa
A BRASTEMP viu-se surpreendida por um movimento de parazação (sic) de trabalho promovido por um grupo de 130 pessoas que, ativiamente, tem coagido os demais a fazer o emso sob ameaças.

Lamentamos ver, uma vez mais, uma minoria não frepresentativa, porém bem instuída e determinada, conseguir intimidar uma maioria ordeira e trabalhadora.

Até este momento (9horas da mahã do dia 25 de fevereiro) não recebemos sequer uma proposição ou reclamação que defina o propósito do movimento, que se apresenta sem sentido e sem lógica, já que os canis de comunicação da empresa com seus empregados e com o próprio sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo sempre estiveram abertos. E, seja por iniciagiva da empresa ou por pedido de seus empregados, a empresa tem analisado e dado solução aos problemas que naturalmente surgem em uma comunidade de trabalho.

Com o própriosindicatosempre mantivemos adequadas relações no respeito e uma entidade sindicalo designada por lei como negociadora em certas ocasiões em nome dos trabalhadores da empresa.

Por todas essas razões, repetimos termos sido surpreendidos por um movimento sem in tenções claras e sem qualquer tentativa de prévio entendimento e não representativo do desejo da maioria quer trabalhar.

A empresa mantém-se serena e firme dentro de seus princípios de sempre manter canais abertos ao entendimento dentro de uma condição de normalidade de trabalho/.

Literatura nos jornais -

Houve um tempo no Brasil em que a literatura e jornalismo se confundiam nas páginas dos jornais e os escritores dominavam a cena. Críticos e críticas se transformaram ao longo dos anos, regras e códigos se estabelecem e, hojel, os jornalistas estão à frente dos suplementos culturais. O livro Literatura nos jornais - A crítica literária dos rodapés às resenhas (96 pp., R$Summus Editorial) conta detalnes dessa história. Por meio de análise da produção atual, passando pelos ancestrais das resenhas e pelo estudo dos principais suplementos do país, a jornalista Cláudia Nina reúme as características que identifiam uma resenha e aponta o que é preciso para compor um boa cr´´itica.
Professora e crítica literária, Cláudia identificou a necessidade de escrever sobre o assunto na sala de aula, pois a bibliografia sobre o tema é quase inexistente. "De fato, a quixa dos estudantes de comunicação é uma angústia compartilhada por alunos de diversos cursos. Resenha é um bicho-de-sete-cabeças que poucos aprendem a enfrentar. Isso vale não apenas para alunos; muitos professores também não têm esse conhecimento e ficam sem condições de ensinar", afirma.
Fazer uma resenha, explica a autora, é uma tarefa qaue inclui desde a interpretação da obra em questão até a capacidade de resumir idéias e concatená-las, organizando as palavras de forma atraente. "Trata-se de um exercício que enriquecce a bagagem intelectual de qualquer profissional, seja lá de que área for.Escrever um texto e começar a praticar, mesmo que esse não seja u=para publicação, vale a pena", prossegue Cláudia.
Na primeira parte do livro, a autora debagte as relações históricas entre jornalismo e literatura - duas áreas do saber que sempre estiveram inteligadas. Ela tamb´me inclui uma breve análise sobre os antigos rodapés (os ancestrais da resenha) e a divisãoda crítica na atualidade, que se reparte basicamente emcríticos-jornalistas e críticos acadêmicos, não exluindo os críticos -escritores.
Na parte prática da obra, Cláudia mostra os bastidores de produção e montagem de um caderno literário e revela alguns dos passosfundamenrais para a produção de um texto crítico, que começa sempre com com a leitura bem- feita da obra a ser trabalhada. "Criticar um livro nunca é flar apenas de um livro, pois toda obra está em conexão com outras tantas", lembra.
Segundo a autora, aprender a dispor as idéias no papel com precisãoe clareza é necessidade de todos num mundo em que os e-mailsficeeram da expressão escrita uma espécie de cartão de visitas, espelhando indisfarçáveis fragilidades verbais.
"As resenhas podem auxiliar, e muito, neste processo. Que este livro não seja um manual, enfadonho por natureza, mas um curso, um seminário ou uma conversa, que são coisas muito mais sedutoras", conclui Cláudia.
Na parte final, a autora reproduz trechos e comenta os mais importantes espaços de cr´tica em jornais e revistas. E indica ao estudante o hábito de leitura desses suplementos, para enriquecer o conhecimento sobre os diversos tipos de textos.
A autora:
Cláudia Nina é crítica literária, jornalista e professora de Teoria Literária. Ex editora do caderno Ideias & Livros, do Jronal do Brasil, escreve para a revista Entrelivros e para o caderno Prosa & Verso, do jornal O Globo. É doutora em Letras pela Universidade de Utrecht, na Holanda, onde defendeu a tese Exilic/nomadic itinieraries in Clarice Lispector's works, que, no Brasil, foi publicada com o título de A palavra usurpada: exílio e nomadismo na obra de Clarice Lispector, pela EDIPUCRS.
Na PUC - Rio, na disciplina Jornalismo Literário, ministrou o curso "Suplementos literários: como escrever e editá-los", que foi a base do livro. Foi também editora de arte do site Traça On-line, de crítica literária, montado com base no livro de edição dos suplementos. Em 3003, ganhou a bolsa Prodoc da Capes com um projeto intitulado Crítica na PUC-Rio sobre as narrativas da contemporaneidade. Cláudia nasceu no Rio de Janeiro, onde mora.

Resenha - Livro "Literatura nos jornais"- Paula Barcelos - RASCUNHO

RESENHA 1
Já nas primeiras páginas a autora deixa claro a que veio sua publicação: "que este livro não seja um manual enfadonho por natureza, mas um cursom um seminário, ou uma conversa, que são coisas muito mais sedutoras". A sedução (ou a tentativa) em questão é o novo livro da jornalista e doutora em Letras pela Universidade de Utrecht, Holanda, Cláudia Nina. Em Literatura nos jornais, a ex-editora do caderno e Idéias e livros, do Jornal do Brasil, explora de maneira didática a fronteira entre os universos jornalísticos e literário. Desde os folhetins de Machado de Assis a suplementos contemporâneos como o Mais, (hoje Ilustríssima -observação minha), da Folha de S. Paulo e o Prosa & verso de O Globo - acrescento Caderno 2, de O Estado de S. Paulo - , nada passa despercebido (o que não descarta uma certa superficialidade).
Depois de um semestre, como professora de Comunicação na PUC -Rio, Cláudia Nina chegou a uma conclusã: para a maioria dos alunos, a "resenha é um bicho de see cabeças". Curso terminado, a inquietação da jornalista permanceu. A escassez de uma bibliografia básica sobre cr´tica literária na imprensa impulsionou sua bolsa de pós-doutorado no Departamento de Letras da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Literatura nos jornais é justamente fruto de tal trabalho de pesquisa. Mais uma dica, portanto: o público alvo são estudantes de Letras, Jornalismo ou curiosos de plantão. Paa os já iniciados à crítica na imprensa e, consequentemente, à sua história, a obra de Cláudia Nina deixa a desejar. Em especial, se compararmos a outras publicações brasileiras relacionadas ao tema, como Sobre a crítica literária brasileira no último meio século da Professora da USP, Leda Tenório da Mota, em O livro no jornal, da jornalista Isabel Travancas.
Dividido em três capítulos - Jornalismo e literatura, A resenha e Breve retrato dos cadernos literários -, o livro de Cláudia Nina tem como marca o tom professoral. A partir de perguntas retóricas, a jornalista desdobra os caminhos da crítica. Nascida no século 19, junto à imprensa, o uso de trocadilhos e o excesso verbal, como pontua a auora, caracterizavam as reflexões literárias desse período. Soma-se ainda a tradicional e ainda representativa ação entre amigos e inimigos (elogiar a obra do colega e destruir a de um desafeto. Sinal de imaturidade, de acordo co a jornalista. Feflexo do marasmo da crítica e de certa hipocrisia que paira na vida literária? Também não há dúvidas.
Em um pulo no tempo, Cláudia vança para a crítica de rodapé do século 20. Época do surgimento da faculdade de Letras no Brasil e da famosa briga intelectual entre Álvaro Lins e Afrânio Coutinho. No fim dos anos 40, como nos conta a autora, o impressionismo crítico (aplicado por Lins nos rodapés) passou a ser combatido por Coutinho, recém-chegado dos Estados Unidos, no suplemento literário do Diário de Notícias. Foi nesse momento, em especial, que a birra entre a crítica produzida pela academia e pelos j0rnais se acirrou. "Enquanto nas universidades os professores elaboram e especializam cada vez mais os discursos, nos meios de comunicação simplifica-se a loinguagem escrira a gosto do jornalismo moderno".
Se apontar elementos negativos em uma obra não é apenas importante como inevitável, conforme afirmação da própria autora, chegou a hora de apontá-los. Da análise da crítica impressionista da primeira metade do século 20, a obra de Cláudia Nina salta para o tópico A crítica de hoje e suas querelas. Apresenta, portanto, uma lacuna significativa no que diz respeito aos anos 50 e 60. Décadas, por sinal, que atiçaram os fervores literários. Época do nascimento do concretismo, da circulação das revistas das revistas Clima e Noigrandes, do auge do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil e, em especial, da página Poesia-Experiência, de Mário Faustino. Conhecido como o anjo e o diabo dos poetas, Faustino revolucionou a cr´tica, tanto na forma quanto no conteúdo. Mesmo assim, ficou de fora do Literatura nos Jornais. Recuperar a partipação de Faustino na história literária brasileira é um trabalho imprescindível para os próximos estudos de crítica que certamente virão.
Por ter um pé na academia e outro em redação de jornal, com maestria, nos últimos dois capítulos, Cláudia Nina expõe com naturalidade os bastidores de um suplemento literário. Desde a escolha dos livros a serem resenhados (assume que o gosto pessoal do editor influencia) à cobrança do mercado editorial, tudo é esmiuçado pela autora. Aqueles que pretendem trabalhar em suplementos ou mesmo aos escritores que nunca entendem bem os critérios editoriais de um caderno literário, a reta final do livro é, de fato, uma aula. Aos iniciantes, em particular, as quese 15 páginas de bibliografia enriquecem muito a leitura.
É como acentua a jornalista:"Na verdade, amarrar conclusões quando se trata de fazer uma resenha é limitar a compreensão de um livro. Esta lição de crítica jamais pode ser esquecida: ninguém é juiz de nada." Ou nas palavras de Pound, basta de comentar a coisa, olhemos para ela, é o melhor a se fazer.

RESENHA 2

LITERATURA NOS JORNAIS
Houe um tempo no Brasil em que literatura e jornalismo se confundiam nas páginas dos jornais e os escritores dominavam a cena. Críticos e críticas se transformaram ao longo dos anos, regras e códigos se estebeleceram e, hoje, os jornalistas estão à frente dos suplementos culturais. O livro eratura nos jornais - A crítica literária dos rodapés às resenhas (96 pp.R$24,90, Summus Editorial) conta detalhes dessa hisória.

Resenha - Literatura nos jornais

Jornalismo opinativo

Para Melo:
Gêneros opinativos:
1.Editorial
2.Comentário
3. Artigo
4. Resenha ou crítica
6. Coluna
7. Crônica
8 Caricatura - Charge
1. EDITORIAL: "ênero jornalístico que expressa a opinião oficial da empresa diante dos fatos de maior repercussão no momento. Todavia, a sua natureza de porta-voz da instituição jornal´stica precisa ser melhor compreendida e delimitada.
Reflete não exatamente a opinião dos seus proprietários, mas o consenso das opiniões que emanam dos diferentes núcleos que participam da propriedade da organização. Além dos acionistas majoritários, há financiadores que subsidiam a operação as empresas, existem anunciantes que carreiam recursos regularesw para os cofres da organização através da compra de espaço, além de braços do aparelho burocrático do Estado que exerce grnde influência sobre o processo jornalístico pelos controles que exerce no âmbito fiscal, previdenciário, financeiro."
epaço de contradições - teia de articulações políticas - exercício de equilíbrio semântico.
Características: clareza, necessidade de apreensão dos fatos nos seus desdobramentos, condensalidade (pouco termpo para leitor).