Carta publicada na FOLHA DE SÃO PAULO- 26-11-07

"Para Fernando Henrique Cardoso, o partido dele tem gente que fala mais de uma língua - inclusive ele. É só lembrar que, ainda candidato à Presidência, ele falavauma língua bem diferente daquela que falou quando passou a ser presidente: dizia para esquecêssemos tudo o que havia escrito e falado."

Textos de revistas

Textos de revista
Periodicidade: semanal, mensal.

No caso da notícia:
a) Maior tempo para planejar e escrever – roteiro; pode-se escrever com arte.
b) Revista aborda o assunto e não o fato.
c) Verbos dicendi: alfinetar, cutucou, lamentou,etc; evitar a mesmice do “disse”, “afirmou”.
d) Ordem: depende da intenção; não há lide.
e) Revista Isto é, surgiu para concorrer com Veja; procurou ser mais original, com maior subjetividade, pessoalidade).

No caso do texto de reportagem:
f) Interpretação do fato: jornalismo extensivo e intensivo;
g) Investigativo interpretativo;
Para tanto: “visão de mundo”, entenda-se: leitura, conhecimento objetivo, senso de observação, capacidade de observação, capacidade de interpretar, de associar idéias e muita estrada.
h) Texto: mais bem trabalhado, quase se aproximando do texto literário; pontuação mais subjetiva, linguagem conotativa, emprego de jargões, gírias...
i) Tom (tonalidade): humor, drama, ironia... bem de acordo com o tema; (em jornal o tom seria a maior objetividade); “Modismo ou não, os ataques de vandalismo estão se multiplicando mais que promessa de político em época de eleição” (Veja)
j) Angulação (“rumo”) do texto (situação no tempo e espaço): Os moradores do morro terão razão em chorar a morte do traficante? Será um Robin Wood para os moradores?
k) Foco narrativo (ponto de vista): narrador-testemunha, narrador protagonista/ narrador onisciente, dramático: narrador apenas mostra o que as personagens falam ou fazem.
l) Maior destaque para os aspectos humanos (O personagem é um ser humano).
m) Sempre fornece exemplos, para deixar mais concreta a interpretação;
n) Narrativa: “reportagem de fatos” - fatos narrados em sucessão, por ordem de importância – forma de pirâmide invertida/ “reportagem de ação” – relato começa pelo fato mais atraente, e o que importa é o desenrolar dos acontecimentos, é envolver o leitor com a visualização das cenas. (chamada de descrição cinematográfica, pois as coisas estão em movimento diante dos olhos do leitor. / reportagem documental: se aproximamais da pesquisa; elementos ordenados de maneira objetiva e expositiva.
o) Abertura de matéria de revista tem que ser envolvente:
“Como pode um filho matar os próprios pais... – comentou o investigador Odair Zim numa delegacia de polícia na noite de sábado, 06 de fevereiro.
- O senhor tem filhos? – perguntou Constatino Cheretis, que estava ao lado de Zim.
- Tenho – respondeu o investigador.
- Então trate-os como amigo – advertiu Cheretis.
Constantino Cheretis, 20 aos. Extremamente nervoso. Sempre que os pais, gregos da ilha de Lesbos, o contrariavam, erguia os braços e enraiveça-se até que as veias saltassem nas têmporas. Na noite de sábado, diante de investigadores e do delgado Luiz Roberto Hellmeister, chefe da equipe A do Departamento de Homicídios de São Paulo, ele mostrava-se, no entanto, dócil e relatava com precisão e calma a forma como matara a facadas naquela tarde sua mãe, Metaxia, e o pai, Emanoel Constatino Cheretis. O estudante contou que se sentia pressionado em casa e descreveu sua vida doméstica como um cenário de repressão e insensibilidade com que apanhava do pai apenas por chegar tarde nos finais de semana. “Ganhei um soco na boca de presente de Natal. “Meu pai nunca foi meu amigo”, disse ele, já preso no 5º Distrito Policial. (Isto é)

Crônica

A CRÕNICA
1.Texto de pequena extensão que, partindo de um fato do cotidiano, da atualidade. apresenta reflexões de ordem filosófica, social, política. Muitas vezes, carrega um aspecto humorístico, irônico. Na verdade, é uma continuação do gênero que José de Alencar e Machado de Assis já cultivavam no jornalismo dos fins do século XIX. Hoje, texto de enorme consumo.

2.Origem etimológica: Cronos – Abreu, Murilo, Hildebrand. p. 21 – Origem do conteúdo: Cronicões (Idade Média) – Gomes Eanes Zurara, Fernão Lopes, Rui de Pina.

3. Drummond: O inútil tem sua forma particular de utilidade: pausa, descanso (vida muito corrida) – Melo - Jornalismo opinativo -p.155
4..Massaud Moisés: Caráter ambíguo, híbrido de jornalismo e literatura: meio termo entre o acontecimento e lirismo. “Filha do folhetim”
Estados Unidos: Human story (color story)

5. Lourenço Diaféria: Crônica e notícia.- ler – Melo – Jornalismo opinativo – p.162