quadro resumitivo -Ferraretto-193-219

1.Notícia: Relato dos fatos ou acontecimentos atuais, de interesse eimportância para a comunidade e capaz de ser compreendido pelo público.
2 Características: atualidade, proximidade, pr0oeminência, universalidade.
Fluxo:
a)Fontes internas - equipe de reportagem, enviados especiais, correpondentes,
Fontes externas:
Informantes
Ouvintes
Agências de notícias
Outros veículos
Assessorias de imprensa
Internet
3.Emissora de rádio
Pauteiros
Chefes de reportagem - coleta ded informações: equipe de reportagem, correspondentes, enviados especiais.
Redação e edição: redatores, editores = ouvintes
4. Gêneros jornalísticos: informativo, opinativo, interpretativo
5. Estrutura da notícia:
Pirâmide invertida - lide, detalhamento
3Q+ O +C +P
6 . Recomendações gerais
1 - Texto: Escrever para ser ouvido.
a) tamanho do texto:seis a oito linhas -65 a 72 toques -
65 toques: 4 a 5 segundos - um minuto -12 linhas
72 toques: cinco segundos uma linha - cinco segundos
12 linhas - um minuto.
b) ordem direta
c) voz ativa
d) clareza
e) Tempo verbal - preferência pelo presente; evitar o futuro do presente- usar forma perifrástica.- Exemplos: p.210
f) singular
g) usar artigo
h) fontes e instituições:
-cargo + nome da pessoa
-instituição e não pessoa como fonte
- Simplificação do nome da instiuição
- cargos de políticos.
i) barras = / - vírgula - depende do padrão daemissora
// ponto
j) caixa alta - só noms próprios - depende do padrão da emissora
j)Siglas
l) números p.216 até 219.





3.

Auto-apresentação - Marcos Rey

Eu nunca fui criança. Quando tinha 20 meses, ouvi meu pai dizer que os tempos eram bicudos, e isso estragou tudo. Mas me lembro do quintal noturno em que, sentados em degraus de cimento, o velho me contava histórias das Mil e uma noites. Era uma rua pobre com fundos para uma rua rica. Imaginem, atrás de minha casa morava uma baronesa. Nas noites de calor, um perfume saltava o muro plebeu do encadernador de livros, que meu pai era. Devia ser jasmim-do- cabo, tão bom de ser respirado, que eu o aguardava e procurava, pelo quintal, durante todo o verão. Para mim, que já sabia das diferenças sociais, não era apenas uma fragrância vegetal mas o cheiro das coisas e do mundo da baronesa, separado de nós por um muro muito alto.
Acho que esse muro, separando duas casas e dois universos, ligados apenas por um ocasional perfume de jasmim, materializou cedo demais a realidade. Certa manhã, coloquei uma cadeira sobre uma mesa e encaixando o pé numa saliência do muro, arranhando as mãos, espiei - eu consegui - durante um instante e a casa já castelo da baronesa. Meio século depois, a cena ou fotograma não se deteriorou. O quase não visto era um gramado batidíssimo de sol, sobre o qual uma menina loura, de poucos anos, corria atrás dum cachorrinho branco sob a vigilância duma governanta, que gritava algum nome terminado em i, não soube se da garota ou do cão.
Depois... depois, nada. Nem me lembro, por que contei, Fanny, essas lembranças de baú. Talvez fosse o perfume do jarmim-do-cabo e o gramado da baronesa., o que vi e aspirei da infância, o que restou dela, pois em tempos bicudos as crianças já nascem velhas. É o que deve estar acontecendo agora, principalmente no Brasil.
Quando escrevo meus infantis é o que me pergunto: se escrevo para o menino sobre o muro, o espião da nanhã ensolarada, ou se para a menina loura do cenário da baronesa. A que lado do muro estou oomo escritor e a que lado estão os outros que escrevem?
Mas isso é uma auto-apresentação? Acho que não. Apresento-me, pois. Sou um escritor que gosta de cachorros de raça, foxes-blues e cereja de Martinis. Não tenho filhos porque quem escreve para crianças precisa de silêncio em casa. Para escrever, sento e escrevo. Às vezes, porém, fico de pé e escrevo. Sou machista romântico. Meu maior sonho era ter um harém, cercado de eunucos, todos do PDS. Mentira que escrevo também para adultos. Memórias de um gigolô e O enterro da cafetina escrevi para crianças do futuro. Mas não faço a cabeça delas, vendo-lhes
emoção.
Currículo? Fui redator de arádio, publicitário, jornalista, famoso roteirista de pornochanchadas (33), escrevi de tudo na TV, fui inclusive ghost-writer de telenovelistas consagrados, e no merchandising vivo de marca de lenço. E sou apsentado por tempo de serviço. Mas a máquina e a mesa ( o quarto todo, a casa toda) só vibram quando deixo de escrever para muitos para escrever para poucos: livros.
Mais? Ah, detesto coalhada.

Retrato- Cecília Meireles.

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim, calmo, assim triste, assim magro
nem esses olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
-Em que espelho ficou perdida a minha face?

Auto-apresentação - Fanny Abramovitch

Sou Fanny, de sobrenome Abramovitch, mulher ruiva, baixinha e charmosa... Educadora por vocação, de profissão e por acreditar piamente queno fazer pedagógico é onde se atua política e afetivamente... Apaixonadamente vou palestranno, prefaciando, dando aulas pelo país todo, joralistando, organizando coleções de livros para crianças e adultos, assessorando, escrevendo... Numa ou noutra atividade, busco é cutucar, inquietar, espantar, pôr tudo de ponta-cabeça, fazer duvidar e se acreditar como gente... Enfim, substituir o ponto final pelo ponto de interrogação e pelas reticências.
Sou trabalhadeira (até compulsivamente), com uma energia e um pique inesgotáveis... Inventadeira por excelência. busco o desconhecido para mim e me canso com os pedidos de ficar dando bis em cima do mesmo e antigo repertório... De uma coragem irritante (pros outros) e irritadiça, impaciente, cobrante (com os outros)...Uma cidadã em perpétuo estupor com a s coisas que por aqui se passam...
Dei, ultimamente, de organizar o curriculum de nãos (acho ótimo recusar bobagens, coisas que não accrescentam, que não fazem crescer, que não me trazem uma pergunta nova, uma emoção
palpitante, gente que continua lamuriando a mesma cantilena há décadas, com indecisões se arrastando e covardias se acumulando.
Não curto mesmo é padrão classe média de encarar e ser na vida, esta procura de uma segurança tacanha... Basicamente sou uma pessoa independente, o que é terrivelmente ameaçador pra todo mundo (o que sempre me deixa atônita e me aturde...) Cidadã em trânsito e free-lancer em todos os aspectos da vida.